Eleições 2012: Gays distribuem cartilha onde “votar bem” é evitar os candidatos evangélicos ou que falem de “valores morais ou de família”
Por Dan Martins em 31 de julho de 2012 Notícias Gospel
Um grupo ativista gay elaborou e publicou uma cartilha eleitoral que apresenta uma série de direcionamentos, visando instruir os homossexuais a votarem apenas em candidatos que apoiem as causas defendidas pela chamada “agenda gay”.
Em seu texto de apresentação, a cartilha afirma ter sido criada “motivada pelo desejo de cumprimento do bem estar do indivíduo e da pessoa LGBT”. Batizado “Cartilha LGBT para as Eleições 2012/2014″, o material é assinado por membros da LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Transgêneros) Brasil e com colaboração de usuários do Orkut e Facebook.
O primeiro partido dessa lista é o PR (Partido da República), apontado com um “partido a ser evitado e até combatido pelos LGBT”. Os motivos listados para essa repulsa é o fato de o partido ter sido o primeiro a acolher candidatos da Igreja Universal, por ter entre seus representantes os evangélicos senador Magno Malta (ES) e deputado Anthony Garotinho (RJ) e também por ter vários representantes na FPE.
Outro partido apontado pela cartilha para ser “evitado e até combatido” é o PRB (Partido Republicano Brasileiro), por também ter representantes na FPE. O partido, do qual faz parte o ministro Marcelo Crivella, é criticado na cartilha por ser, de acordo com os ativistas gays, “um importante braço da Igreja Universal no Congresso”.
A cartilha faz também um ataque direto ao PSC (Partido Social Cristão). Com nove membros na FPE, e tendo o Deputado Marco Feliciano como um de seus principais representantes, o partido é atacado pela publicação, que afirma que “LGBT que vota nesse partido deve ter examinada sua sanidade mental”.
Outros partidos que carregam em suas legendas o rótulo de cristãos, são também atacados pelos ativistas gays, como o PTC (Partido Trabalhista Cristão) e o PSDC (Partido da Social Democracia Cristã), que tem como bandeira o mote “compromisso com a família”.
O ataque a partidos que tenham algum envolvimento com grupos evangélicos segue com declarações contrárias ao PSD (Partido Social Democrático). A cartilha afirma que o Gospel+ relatou a aproximação do partido com parlamentares evangélicos e usa esse fato como motivação para afirmar que “o voto nesse partido é de alto risco a se voltar contra os LGBT”.
Não são apenas os partidos com forte representação evangélica os listados entre os “adversários” da causa gay. Ao criticar o PRP (Partido Republicano Progressista) os ativistas colocam como motivo o fato de a legenda falar em “valores da família” em um de seus vídeos institucionais.
Além dos partidos atacados diretamente como “adversários” da causa gay, principalmente por ter representatividade entre os evangélicos, a cartilha faz uma análise também sobre partidos nos quais afirmam ser possível “fazer um recorte”, de políticos favoráveis à causa LGBT. São partidos que não tem representantes na FPE, entre eles PV, DEM e PSB. Nessa lista são destacados partidos como PCdoB (Partido Comunista do Brasil) e PPS (Partido Popular Socialista), antigo Partido Comunista Brasileiro, que a cartilha afirma não ter entrado na lista dos “pró-LGBT” apenas por não ter “um número maciço de candidatos” abertamente dedicados à causa gay.
A cartilha trata também sobre a relação dos homossexuais com os partidos considerados como os de maior representação nacional: PMDB, PSDB, e PT. O PMDB, que tem oito dos seus 75 deputados federais pertencentes à FPE, é apontado como “perigosíssimo” à causa gay. De acordo com a cartilha o perigo do partido aos homossexuais é o fato de abrigar “os oligarcas conservadores remanescentes que geram atraso para o Brasil”, se referindo aos políticos que restaram da época em que o partido fazia oposição à ditadura militar.
A cartilha afirma que os eleitores gays devem ter cuidado ao votar no PSDB, afirmando que apesar de ter um bem estruturado setorial LGBT, o Diversidade Tucana, o partido deve ser visto com cautela pelos homossexuais por ter quatro deputados na FPE, entre eles o deputado João Campos, que é presidente da frente, e também pela relação do partido com o pastor Silas Malafaia.
O PT é visto pela cartilha como o partido mais engajado na causa gay, mas é tratado com desconfiança por possuir dois parlamentares na FPE e pelo fato de seu senador Walter Pinheiro, da Bahia, ter participado de manifestações contra a PLC122/06, fato relatado pela cartilha como “imperdoável”. O texto dá ainda um destaque positivo ao partido pelo apoio que senadora Marta Suplicy presta à agenda LGBT.
A lista de partidos é encerrada no documento com quatro legendas consideradas pelos ativistas gays como “pró-LGBT”, são eles: PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado), PCB (Partido Comunista Brasileiro), PCO (Partido da Causa Operária) e PSOL (Partido Socialismo e Liberdade). O principal motivo apontado pela cartilha para apoiar tais partidos é o fato de seus candidatos à Presidência da República em 2010, mesmo sem uma considerável representatividade nacional, terem todos se declarado a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Por serem partidos de extrema esquerda, a cartilha aconselha os gays de direita a considerarem o voto em candidatos de tais legendas, apesar de seu posicionamento político, de forma a defender a causa LGBT e também para proteger o estado de supostos ataques a sua laicidade.
O PSOL foi ainda destacado por ser o partido do deputado e ativista gay Jean Wyllys, que é presidente da Frente Parlamentar pela Livre Expressão Sexual, e por ter promovido um beijo gay em sua propaganda política. De acordo com a publicação, “o PSOL firmou-se como um dos principais aliados do povo LGBT”.
Um dos criadores da cartilha foi o médico Álvaro de Lima Oliveira, 38, que afirma que uma das motivações para a criação do documento foi que “todos conhecem a bancada evangélica, mas ninguém sabe quem faz parte da bancada de livre expressão sexual”.
Comentado como adversário da causa gay na publicação, Magno Malta informou, através da sua assessoria de imprensa, que irá pedir a retirada do seu nome da cartilha. Outros políticos citados no texto, como Anthony Garotinho e Maluf preferiram não se pronunciar sobre o assunto.
Em seu texto de apresentação, a cartilha afirma ter sido criada “motivada pelo desejo de cumprimento do bem estar do indivíduo e da pessoa LGBT”. Batizado “Cartilha LGBT para as Eleições 2012/2014″, o material é assinado por membros da LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Transgêneros) Brasil e com colaboração de usuários do Orkut e Facebook.
- Uma das ações mais diretas e eficazes nesse sentido está em nossa representação nas entranhas políticas para promover adição de leis que atendam nossas demandas – completa o texto, que afirma que tal cartilha é baseada nos princípios de igualdade da Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Constituição Federal.Afirmando que os eleitores gays devem colocar como prioridade em seu voto o fato de “ser um LGBT”, à frente de seus outros aspectos sociais como, inclusive, orientação política, o texto descreve como identificar os candidatos que apoiem a causa gay, e também lista os políticos a serem combatidos pelos homossexuais, dando grande destaque aos cristãos, e aos que falem de “valores morais”.
- Os grupos que se opõem aos nossos direitos, principalmente os fundamentalistas evangélicos e católicos, estão cada vez mais organizados e articulados, ganhando cada vez mais espaço e prestígio nos fóruns políticos – destaca a cartilha.Entres as características que cita a serem observadas em um candidato, a cartilha exalta o fato de o candidato ser homossexual ou “francamente simpatizante”.
- Devemos preferir candidatos LGBT ou claramente pró-LGBT ainda que isso signifique deixar de votar no nosso amigo, parente ou partido, se estes não se comprometerem sinceramente com a nossa causa – conclui o texto de apresentação da cartilha, que em seguida fala brevemente sobre o funcionamento do sistema eleitoral no Brasil.A maior parte da cartilha é dedicada a listar partidos que devem ser evitados pelos gays nas eleições, os principais motivos declarados pela cartilha para se evitar esses partidos é a presença de membros dos mesmos na Frente Parlamentar Evangélica (FPE) e a representatividade dos políticos evangélicos na legenda.
O primeiro partido dessa lista é o PR (Partido da República), apontado com um “partido a ser evitado e até combatido pelos LGBT”. Os motivos listados para essa repulsa é o fato de o partido ter sido o primeiro a acolher candidatos da Igreja Universal, por ter entre seus representantes os evangélicos senador Magno Malta (ES) e deputado Anthony Garotinho (RJ) e também por ter vários representantes na FPE.
Outro partido apontado pela cartilha para ser “evitado e até combatido” é o PRB (Partido Republicano Brasileiro), por também ter representantes na FPE. O partido, do qual faz parte o ministro Marcelo Crivella, é criticado na cartilha por ser, de acordo com os ativistas gays, “um importante braço da Igreja Universal no Congresso”.
A cartilha faz também um ataque direto ao PSC (Partido Social Cristão). Com nove membros na FPE, e tendo o Deputado Marco Feliciano como um de seus principais representantes, o partido é atacado pela publicação, que afirma que “LGBT que vota nesse partido deve ter examinada sua sanidade mental”.
Outros partidos que carregam em suas legendas o rótulo de cristãos, são também atacados pelos ativistas gays, como o PTC (Partido Trabalhista Cristão) e o PSDC (Partido da Social Democracia Cristã), que tem como bandeira o mote “compromisso com a família”.
- Quando um político enche a boca pra falar de “família” e de “valores cristãos”, pode saber que é só um jeito bonito de dizer que se trata de um partido machista, ultraconservador e homofóbico – ataca a cartilha ao se referir ao PSDC.Por defender a moral cristã, o PHS (Partido Humanista da Solidariedade) também entrou na lista de 12 partidos a serem combatidos da cartilha, que afirma: – George W. Bush defendia a “moral cristã” e fez duas guerras, uma delas contra a determinação da ONU.
O ataque a partidos que tenham algum envolvimento com grupos evangélicos segue com declarações contrárias ao PSD (Partido Social Democrático). A cartilha afirma que o Gospel+ relatou a aproximação do partido com parlamentares evangélicos e usa esse fato como motivação para afirmar que “o voto nesse partido é de alto risco a se voltar contra os LGBT”.
Não são apenas os partidos com forte representação evangélica os listados entre os “adversários” da causa gay. Ao criticar o PRP (Partido Republicano Progressista) os ativistas colocam como motivo o fato de a legenda falar em “valores da família” em um de seus vídeos institucionais.
Além dos partidos atacados diretamente como “adversários” da causa gay, principalmente por ter representatividade entre os evangélicos, a cartilha faz uma análise também sobre partidos nos quais afirmam ser possível “fazer um recorte”, de políticos favoráveis à causa LGBT. São partidos que não tem representantes na FPE, entre eles PV, DEM e PSB. Nessa lista são destacados partidos como PCdoB (Partido Comunista do Brasil) e PPS (Partido Popular Socialista), antigo Partido Comunista Brasileiro, que a cartilha afirma não ter entrado na lista dos “pró-LGBT” apenas por não ter “um número maciço de candidatos” abertamente dedicados à causa gay.
A cartilha trata também sobre a relação dos homossexuais com os partidos considerados como os de maior representação nacional: PMDB, PSDB, e PT. O PMDB, que tem oito dos seus 75 deputados federais pertencentes à FPE, é apontado como “perigosíssimo” à causa gay. De acordo com a cartilha o perigo do partido aos homossexuais é o fato de abrigar “os oligarcas conservadores remanescentes que geram atraso para o Brasil”, se referindo aos políticos que restaram da época em que o partido fazia oposição à ditadura militar.
A cartilha afirma que os eleitores gays devem ter cuidado ao votar no PSDB, afirmando que apesar de ter um bem estruturado setorial LGBT, o Diversidade Tucana, o partido deve ser visto com cautela pelos homossexuais por ter quatro deputados na FPE, entre eles o deputado João Campos, que é presidente da frente, e também pela relação do partido com o pastor Silas Malafaia.
O PT é visto pela cartilha como o partido mais engajado na causa gay, mas é tratado com desconfiança por possuir dois parlamentares na FPE e pelo fato de seu senador Walter Pinheiro, da Bahia, ter participado de manifestações contra a PLC122/06, fato relatado pela cartilha como “imperdoável”. O texto dá ainda um destaque positivo ao partido pelo apoio que senadora Marta Suplicy presta à agenda LGBT.
A lista de partidos é encerrada no documento com quatro legendas consideradas pelos ativistas gays como “pró-LGBT”, são eles: PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado), PCB (Partido Comunista Brasileiro), PCO (Partido da Causa Operária) e PSOL (Partido Socialismo e Liberdade). O principal motivo apontado pela cartilha para apoiar tais partidos é o fato de seus candidatos à Presidência da República em 2010, mesmo sem uma considerável representatividade nacional, terem todos se declarado a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Por serem partidos de extrema esquerda, a cartilha aconselha os gays de direita a considerarem o voto em candidatos de tais legendas, apesar de seu posicionamento político, de forma a defender a causa LGBT e também para proteger o estado de supostos ataques a sua laicidade.
O PSOL foi ainda destacado por ser o partido do deputado e ativista gay Jean Wyllys, que é presidente da Frente Parlamentar pela Livre Expressão Sexual, e por ter promovido um beijo gay em sua propaganda política. De acordo com a publicação, “o PSOL firmou-se como um dos principais aliados do povo LGBT”.
Um dos criadores da cartilha foi o médico Álvaro de Lima Oliveira, 38, que afirma que uma das motivações para a criação do documento foi que “todos conhecem a bancada evangélica, mas ninguém sabe quem faz parte da bancada de livre expressão sexual”.
Comentado como adversário da causa gay na publicação, Magno Malta informou, através da sua assessoria de imprensa, que irá pedir a retirada do seu nome da cartilha. Outros políticos citados no texto, como Anthony Garotinho e Maluf preferiram não se pronunciar sobre o assunto.
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