Olá pessoal, para
quem lê a Bíblia sabe que lá no livro de Apocalipse 13:16, 17 está
escrito.
"E faz que a todos,
pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal
na sua mão direita, ou nas suas testas, para
que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome
da besta, ou o número do seu nome".
Leiam esta matéria abaixo feita pela revista Veja
Biochip, você ainda vai usar um
Implantado no
organismo, o dispositivo eletrônico do tamanho de um grão de arroz promete
ajudar em diagnósticos e tratamentos sofisticados. Por ora, ganha usos curiosos
Os wearables - gadgets usados como acessórios pessoais,
como óculos, relógio e pulseira inteligentes - vêm ganhando terreno no
planejamento das gigantes de tecnologia e também no coração dos usuários. Itens
de fabricantes como LG, Motorola e Samsung (Apple também deve entrar no mercado
em breve) já vêm equipados com sensores para coletar dados sobre a frequência
cardíaca, consumo calórico e hábitos de sono. A ideia é cruzar informações e
ajudar o usuário a levar uma vida mais saudável, além, é claro, de reunir
detalhes sobre rotinas e preferências (de consumo, inclusive), o que pode
render muito dinheiro. A oferta é, sem dúvida, atraente. Mas é pouco se
comparado ao que vem por aí com os chamados biochips: este são, em certo
sentido, a evolução dos wearables.
Com
as dimensões de um grão de arroz, esses gadgets - na prática, pequenos
circuitos eletrônicos envoltos em uma cápsula de vidro cirúrgico - já podem ser
implantados em seres humanos, mas, por ora, com funções limitadas. Nos próximos
dez anos, contudo, eles poderão fornecer dados sobre o organismo que o abriga.
Informações como níveis de glicose, ureia, oxigênio, hormônios e colesterol
devem ser as primeiras a serem obtidas a partir de fluidos corporais, como o
sangue. Essas substâncias serão analisadas ao passar pelos microcanais
presentes na cápsula de vidro: microssensores eletrônicos vão identificar a
presença de biomarcadores, parâmetros biológicos que sinalizam se a pessoa está
doente ou saudável. Isso permitirá, por exemplo, detectar o trânsito de células
cancerígenas ou identificar sinais de um infarto iminente. "Os biochips
vão acelerar o diagnóstico das doenças, porque são ultrasensíveis. Isso vai
permitir exames de análises clínicas mais rápidos e baratos", diz Idagene
Cestari, diretora de bioengenharia do Instituto do Coração (Incor).
Para
ter acesso às informações coletadas e analisadas pelo biochip, o médico
precisará aproximar um gadget, como smartphone, do paciente: os dados serão
transmitidos a partir do biochip por meio de ondas de radiofrequência e
exibidos na tela do dispositivo externo. Além de tornar o diagnóstico mais
eficiente, os biochips podem ajudar no tratamento de doenças crônicas, como
diabetes. Os dispositivos diminutos poderão ser implantados no organismo com um
"estoque" de insulina, que será liberada todos os dias, de forma
automática. O mesmo pode ocorrer no caso de outras doenças, como pressão alta.
"Poderemos fazer uma medicina personalizada", diz Idagene.
O
projeto desenvolvido por uma startup ligada ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts
(MIT) é o que existe de mais palpável nesse setor. Um biochip implantado sob a
pele ou no abdômen da mulher libera diariamente uma pequena dose do hormônio
contraceptivo levonorgestrel. A administração do remédio, que pode se estender
por até 16 anos, é programada pela paciente ou seu médico através de controle
remoto. Caso a mulher decida engravidar, o chip pode ser desativado.
Segundo
Ricardo Ferreira Bento, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo (USP), especialidades como otorrinolaringologia são pioneiras na
exploração de recursos dos biochips. Bento é um dos primeiros responsáveis do
Brasil pelo implante coclear, pelo qual o dispositivo é introduzido no ouvido
de pacientes surdos - quando não é possível fixar o aparelho no fundo do
ouvido, o implante é realizado no tronco cerebral. Esse chip libera impulsos
elétricos, normalmente produzidos pela estrutura de um ouvido sadio, que
estimulam diretamente o nervo auditivo: o cérebro então interpreta essa
informação, e o usuário restaura a capacidade de perceber sons - ainda que eles
sejam "robóticos". O paciente dificilmente consegue distinguir as
vozes de pessoas diferentes, mas pode falar ao telefone ou acompanhar aulas
normalmente. Estima-se que mais de 300.000 pessoas usem esse biochip no mundo.
Ulisses
Melo, diretor do Laboratório de Pesquisas da IBM Brasil, afirma que a
tecnologia por trás dos biochips já está muito evoluída, mas ainda demanda
pesquisas médicas. "É preciso que médicos e cientistas avaliem como
conectar esses pequenos implantes ao corpo sem causar reações adversas",
diz o especialista. De acordo com Melo, os estudos mais avançadas de biochips
estão sendo realizados na Universidade Stanford.
Nos
Estados Unidos, a fabricante de biochips Veriteq Corp já tem aval da Food and
Drug Administration (FDA), órgão do governo responsável por regulamentar
remédios, produtos farmacêuticos, alimentos e cigarro, para vender três modelos
de circuitos. O primeiro é o Unique Device Identification (UDI), que possui
apenas um número de identificação que pode ser "lido" por um Gadgets
externo: esse código dá acesso a um banco de dados onde está armazenado o
protocolo médico do usuário. O segundo modelo é um chip implantado junto a
próteses mamárias, cateteres vasculares e articulações artificiais. O
equipamento armazena o número de série e lote dos implantes, dados
importantíssimos em caso de recall ou quando a FDA identifica alguma falha nos
produtos. Por fim, entre os projetos mais avançados da empresa, está um biochip
que monitora a dosagem de radiação recebida por uma pessoa durante tratamentos
de radioterapia. Ele evita que pacientes sofram overdose de radiação durante o
tratamento de câncer de mama e de próstata.
O
número de pedidos de registros de biochips cresce no mercado americano, segundo
confirmação do FDA. No Brasil, a competência é da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), que ainda não registrou nenhum biochip para uso
humano. Entre os médicos, o tema ainda causa controvérsia, embora eles
reconheçam o potencial da tecnologia. Para Mauro Aranha, vice-presidente do
Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), os médicos
podem implantar dispositivos, desde que sua eficácia esteja demonstrada pela
literatura médica. "Antes de fazer o implante, é preciso consultar a
comissão de ética do hospital ou o Conselho Regional de Medicina", diz
Aranha.
Enquanto
as pesquisas seguem, usos mais simples do biochip se popularizam. Alguns
fabricantes, por exemplo, investem na criação de biochips para automatizar
tarefas do dia a dia. E vêm encontrando mercado. O americano Amal Graafstra, de
38 anos, implantou em sua mão um chip de identificação por rádio-frequência
(RFID, na sigla em inglês) para substituir as chaves do carro e de casa.
"Eu queria algo que fosse conveniente como a biometria e mais fácil e
barato", diz o consultor de TI. O microchip só funciona a alguns
centímetros do leitor. Como o chip de controle de acesso não tem serventia sem
um receptor, Graafstra teve que adaptar a casa, o escritório, o carro e até seu
PC para "conversar" com o biochip. Depois, ele implantou um novo chip
compatível com NFC, tecnologia presente nos gadgets mais avançados. Agora, ele
é capaz de transferir seu cartão de visitas ao aproximar o celular de sua mão.
Hoje,
Graafstra mantém uma loja virtual para vender biochips. Chamado de Dangerous
Things, o site oferece dispositivos, seringas especiais e bisturis. Até o
momento, cerca de 4.000 pessoas de países como Austrália, China e Rússia já
adquiriram o produto. O kit básico contém o microchip e instrumentos
necessários para o implante e custa 99 dólares. "A loja ainda é um hobby e
rende pouco dinheiro. Estou interessando em explorar as possibilidades, não em
ganhar uma fortuna", diz Graafstra.
A
moda já chegou ao Brasil. Um dos clientes da Dangerous Things é Raphael Bastos,
de 28 anos, morador de Belo Horizonte, Minas Gerais. Depois de buscar, sem
sucesso, médicos dispostos a implantar o biochip, ele realizou o desejo em um
estúdio de piercing. Hoje, destrava computadores, passa por catracas, destranca
portas e liga o carro apenas encostando sua mão esquerda em um leitor. "O
procedimento dura 20 minutos. No primeiro dia senti dor, mas no segundo já não
sentia mais nada", conta Bastos. Neste ano, ele vai abrir a Biotek, primeira
revenda brasileira de biochips de controle de acesso.
Por
aqui, já existe até uma profissional de piercing treinada por Graasftra para
implantar os biochips para controle de acesso. Há um ano, Mary Jo, de São
Paulo, foi procurada pelo americano para receber orientações sobre o
procedimento. "A técnica é similar à aplicação de piercing. Cobro entre
1.000 e 1.200 reais pelo implante, além do custo do chip", diz Mary. Desde
que aprendeu a colocar o chip, a profissional fez apenas um procedimento, mas
foi procurada por diversos interessados. "Os geeks e fãs de tecnologia são
os que vão ao estúdio em busca do implante de biochip."
A
área de segurança também está de olho nos usos dos biochips. A empresa RCI
First Security and Intelligence Advising, responsável pela segurança de 58
entre as cem famílias mais ricas do Brasil, trabalha há quase uma década no
desenvolvimento de um modelo usado para rastreamento de usuários.
"Implantamos o chip em 258 pessoas, sendo cerca de 48 brasileiros",
diz Ricardo Chilelli, diretor-presidente da companhia. Os implantes foram
feitos na região próxima à clavícula para impedir a retirada por meio de
amputação de membros. Em 2007, porém, os testes foram suspensos: era necessário
aumentar a potência do sinal de localização dos usuários, o que aqueceria
excessivamente a pele, causando rejeição. Todos os biochips foram retirados.
Recentemente, a dimensão dos biochips foi aumentada, permitindo a colocação de
uma bateria maior. "Até o início do ano que vem, queremos encontrar a forma
de aumentar a intensidade do sinal sem causar rejeição", diz Chilelli
Entrevista informada pela revista Veja.
Entrevista informada pela revista Veja.
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